Governo Trump completa 100 dias: veja o que ele fez e o que continua na promessa

  • 29/04/2025
(Foto: Reprodução)
Presidente abriu frentes contra a imigração ilegal e aplicou tarifas contra vários países. Por outro lado, ainda não conseguiu reduzir o custo de vida ou acabar com guerras. Como Trump 'cria' um novo inimigo a cada 15 dias Os 100 primeiros dias do segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos foram marcados por um turbilhão de atividades. O líder americano tenta mostrar aos americanos que está perseguindo incansavelmente suas promessas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Com um Congresso controlado pelos republicanos de forma robusta, Trump teve liberdade para começar a reformular o governo federal e reverter a política externa de Joe Biden. Ao atingir 100 dias no cargo nesta terça-feira (29), a marca de Trump está em toda parte. Mas o impacto de longo prazo muitas vezes é incerto. Algumas das ordens executivas do presidente republicano são apenas declarações de intenção ou estabelecem bases para o que ainda precisa ser feito. No primeiro dia de governo, por exemplo, ele declarou uma emergência energética para estimular a produção. Mas Trump não promete resultados imediatos: disse aos eleitores que eles precisam esperar mais um tempo por uma grande queda nas contas de energia. Os objetivos de Trump, às vezes, entram em conflito entre si. Ele prometeu tanto reduzir o custo de vida quanto impor tarifas sobre produtos estrangeiros, o que provavelmente aumentará os preços. Outros temas estão estagnados. Há dúvidas se Trump agiu dentro da lei para ampliar sua lista de conquistas. Ele enfrenta processos judiciais em relação a algumas de suas ações, o que significa que boa parte do que foi feito pode ser revertido à medida em que os casos avancem. Veja a seguir o andamento das promessas: Ele prometeu reduzir preços Ele reprimiu a imigração ilegal Ele prometeu reduzir as contas de energia Ele aplicou tarifas Ele não conseguiu encerrar guerras Ele prometeu cortes ambiciosos de impostos Ele atacou pilares da educação Ele atacou pilares da cultura Ele prometeu reverter direitos de pessoas trans Ele criou o 'DOGE' Ele perdoou os envolvidos no 6 de janeiro Ele atacou proteções ambientais 1. Ele prometeu reduzir preços Trump afirma que Harris só queria uma revanche porque ele 'claramente' venceu o primeiro debate. Mike Blake/Reuters A inflação vinha caindo desde o pico de 9,1% em 2022. Estava em 3% em janeiro, mês da posse de Trump, e chegou a 2,4% em março. "Já resolvemos a inflação", vangloriou-se Trump. Mas o Federal Reserve alertou que os planos do presidente de aplicar tarifas contra produtos importados provavelmente irá alavancar a inflação. Além disso, é improvável que Trump consiga “pagar toda nossa dívida”. Seus planos de cortes de impostos reduziriam a receita necessária para cobrir as despesas do país. Ele fez uma promessa semelhante em 2016, e a dívida nacional disparou durante seu primeiro mandato. LEIA TAMBÉM Um inimigo a cada 15 dias: como Trump tentou emparedar alvos em série, dominou o noticiário e chacoalhou o mundo Trump é o presidente dos EUA com pior aprovação aos 100 dias mandato em 80 anos, diz pesquisa Trump volta a falar em anexar Canadá em meio a eleições legislativas no país vizinho: 'só benefícios, sem prejuízos' 2. Ele reprimiu a imigração ilegal Manifestante segura cartaz com a imagem do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante protesto no porto de entrada de San Ysidro, na fronteira entre os EUA e o México, em Tijuana, no México, em 18 de dezembro de 2024, durante o Dia Internacional dos Migrantes. Guillermo Arias/AFP Trump claramente avançou em sua promessa de controlar a fronteira. O número de pessoas tentando cruzar ilegalmente do México para os EUA caiu drasticamente no último ano de Joe Biden, de um pico de 249.740 em dezembro de 2023 para 47.324 em dezembro de 2024. Sob Trump, os números caíram para apenas 8.346 em fevereiro e 7.181 em março. Ainda não está claro se Trump igualou o ritmo agressivo de deportações de Biden no ano passado — os dados ainda não foram divulgados. Enquanto isso, o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) está prendendo grandes números de pessoas em todo o país. Muitos que alegam inocência foram deportados sem o devido processo legal. O caso de Kilmar Abrego Garcia é um dos que estão pendentes: ele foi deportado para uma prisão em El Salvador apesar de não ter antecedentes criminais e sem uma audiência sobre sua suposta ligação com gangues. 3. Ele prometeu reduzir as contas de energia Trump assina ordem executiva no Salão Oval, na Casa Branca. Reuters Na campanha, Trump fez uma promessa que os eleitores poderiam avaliar o governo diretamente, olhando suas contas de serviços como água e luz. Ele prometeu reduzir os custos de energia pela metade ou até três quartos em um prazo de 12 a 18 meses. Às vezes, ele foi cauteloso: “Se não funcionar, vocês dirão: ‘Ah, bem, eu votei nele, e mesmo assim ele reduziu bastante’”. Em outras ocasiões, foi categórico: “Com meu plano, vamos cortar os preços de energia e eletricidade pela metade”, disse em um comício em Mint Hill, Carolina do Norte, em setembro de 2024. 4. Ele aplicou tarifas Trump anuncia tarifas recíprocas REUTERS/Carlos Barria Trump nunca escondeu sua preferência por tarifas nem sua convicção de que outros países estavam prejudicando os EUA no comércio internacional. “Vou impor tarifas generalizadas sobre a maioria dos produtos estrangeiros”, disse na campanha. Ele cumpriu essa promessa, embora com mudanças frequentes nas condições. Trump começou aumentando tarifas sobre Canadá, México e China, supostamente como punição por permitir a entrada de fentanil nos EUA. Depois, em abril anunciou tarifas ainda mais abrangentes sobre importações de dezenas de países. Ele chamou o episódio de “Dia da Libertação”. Trump recuou em parte do plano, optando por negociações, mas manteve tarifas sobre a China que chegaram a 145%. O mercado de ações sofreu oscilações devido às tarifas e à imprevisibilidade. Trump mostrou mais tolerância ao caos nos mercados do que em seu primeiro mandato. 5. Ele não conseguiu encerrar guerras Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, no funeral do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano. SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP Em vários comícios no verão passado, Trump prometeu paz entre Rússia e Ucrânia simplesmente ao vencer a eleição. “Antes mesmo de chegar ao Salão Oval, logo após ganhar a presidência, terei encerrado a horrível guerra entre Rússia e Ucrânia”, disse a uma conferência da Associação da Guarda Nacional em Detroit, em agosto de 2024. Ele já vinha fazendo essa promessa desde maio. Não aconteceu. Às vezes, ele reformulava a promessa, dizendo que acabaria com a guerra em um único dia. Esse dia ainda não chegou. 6. Ele prometeu cortes ambiciosos de impostos Donald Trump prometeu revelar uma enorme lista de impostos de importação nesta semana para todos os países EPA via BBC Trump testou os limites do que pode fazer por decreto, mas precisará do Congresso para aprovar seus prometidos cortes de impostos. Ele prometeu eliminar impostos sobre gorjetas, horas extras e pagamentos da Previdência Social, além de tornar permanentes os cortes fiscais de seu primeiro mandato. Nada disso aconteceu até agora. E, com o aumento das tarifas, a carga tributária tende a piorar antes de, possivelmente, melhorar. Mas o presidente está trabalhando com os republicanos no Congresso para tentar aprovar uma nova lei sobre o tema. Mesmo controlando a Câmara e o Senado, Trump precisaria de apoio de alguns democratas para nas votações. 7. Ele atacou pilares da educação Trump assina ordem para fechar Departamento de Educação em meio a crianças, em 20 de março de 2025 REUTERS/Nathan Howard As ameaças de Trump de cortar bilhões de dólares de instituições de ensino superior vêm de várias promessas de campanha — combater o antissemitismo nos campi, enfrentar programas de diversidade, equidade e inclusão, e expulsar estudantes estrangeiros considerados hostis aos valores americanos. Após várias universidades sinalizarem disposição para cumprir as exigências de Trump, Harvard resistiu à pressão. Em resposta, Trump pediu a revogação da isenção fiscal de Harvard, ameaçou bloquear a matrícula de estudantes estrangeiros — que representam mais de um quarto dos alunos da instituição — e congelou mais de US$ 2 bilhões em subsídios e contratos. Mas os esforços se estendem além de Harvard. A administração Trump também está agindo contra outras universidades e, pelo menos temporariamente, cancelou o status legal de muitos estudantes estrangeiros em diversas instituições do país. 8. Ele atacou pilares da cultura Trump fala durante encontro com Bukele na Casa Branca Reuters/Kevin Lamarque A agenda de Trump contra políticas “woke” se espalhou rapidamente pelo governo: programas de diversidade dos anos Biden foram encerrados, e referências à diversidade nas comunicações federais foram eliminadas. Esse esforço avançou profundamente em instituições culturais e além das práticas federais de contratação e ambiente de trabalho. No Pentágono, em especial, ocorreu uma confusa revisão de conteúdo: milhares de imagens e materiais online foram sinalizados para remoção, mesmo sem ter ligação com conteúdos de inclusão. Uma imagem do bombardeiro Enola Gay da Segunda Guerra Mundial foi marcada para exclusão — por causa da palavra “gay” —, assim como materiais que homenageavam heróis de guerra negros, navajos e mulheres pioneiras. A maior parte do material acabou sendo preservada. 9. Ele prometeu reverter direitos de pessoas transgênero Procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, anuncia processo contra Maine por não cumprir diretriz federal sobre atletas trans em esportes femininos em coletiva de imprensa em 16 de abril de 2025. REUTERS/Leah Millis Trump fez campanha contra a participação de atletas trans em esportes femininos e contra movimentos que reconhecem que gênero não é inerentemente binário, especialmente em estados liderados por democratas. Ele prometeu combater a “loucura transgênero”. Como presidente, assinou ordens executivas proibindo atletas trans em equipes femininas e pediu à Suprema Corte que revertesse decisões que bloquearam sua tentativa de remover pessoas trans das Forças Armadas. 10. Ele criou o 'DOGE' Elon Musk e Donald Trump em conversa com jornalistas no Salão Oval em fevereiro REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo No ano passado, Elon Musk sugeriu a Trump a criação do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), encarregado de reduzir a burocracia federal. “Eu adoraria”, respondeu Trump. O resultado foi mais direto do que muitos esperavam. Musk passou a trabalhar diretamente para o governo, trazendo aliados. Leais a Musk se espalharam pelas agências federais para acessar dados confidenciais, interrogar servidores de carreira e pressionar por cortes. Os resultados foram mistos. Trump e Musk conseguiram causar grande impacto na burocracia, demitindo dezenas de milhares de funcionários, com mais mudanças previstas. No entanto, economias significativas ainda não se concretizaram. Musk reduziu sua meta de economia nos custos do governo para US$ 150 bilhões, depois de inicialmente prometer pelo menos US$ 1 trilhão. Não está claro se atingirá nem mesmo a meta menor. O DOGE exagerou seus resultados. 11. Ele perdoou os envolvidos no 6 de janeiro Manifestação de apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump invadem o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 John Minchillo/AP Depois que uma multidão de apoiadores de Trump invadiu o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, ele condenou o “ataque horrível” e declarou estar “indignado com a violência, a ilegalidade e o caos”. Logo mudou o tom. Na campanha, celebrou os manifestantes como “patriotas” e “reféns” do sistema judicial, prometendo: “Assinarei seus perdões no primeiro dia.” E cumpriu. Cerca de 1.500 pessoas, incluindo aquelas que atacaram policiais, foram perdoadas. 12. Ele atacou proteções ambientais Trump fala na Sala Roosevelt da Casa Branca em 21 de janeiro de 2025, em Washington, DC. Jim Watson/AFP Como parte de sua promessa de favorecer a produção de petróleo, gás natural e carvão, Trump assinou ordens executivas nesse sentido. Mas o impacto prático é limitado. Uma ordem revogou o que Trump chamou de “mandato de veículos elétricos” da era Biden — mas tal mandato não existia. Ele apenas se afastou de uma meta não obrigatória do governo anterior para que metade dos carros novos vendidos em 2030 fossem elétricos. A ordem também tenta acabar com a autorização federal que permite à Califórnia eliminar gradualmente a venda de carros a gasolina até 2035. Mas Trump deixou essa decisão para o Congresso, e isso ainda não foi aprovado. VÍDEOS: mais assistidos do g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/04/29/governo-trump-completa-100-dias-veja-o-que-ele-fez-e-o-que-continua-na-promessa.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Anunciantes